É na noite que tudo acontece. Ouço o barulho dos insetos e tenho medo: um coração angustiado quer apenas uma desculpa. Fecham-se as luzes e os olhos, torno-me amante da noite, companheira das palavras vagas, palavras soltas e esquecíveis.
Sinto- me uma mente cigana, e na escuridão os meus pensamentos tornam-se peregrinos. Busco os que estão longe, viajo para outro tempo, outros lugares...
As noites são como pequenas vidas, e o sono é a morte desta. Devo morrer por hoje. Cansei-me de tentar decifrar a imaginação alheia; doar vida a uma sacola; temer a um cão pensando ser um homem; dar passos ao vento... Ah, insônia maldita! Na escuridão tudo acontece e barulhos minúsculos parecem acabar com esta pequena vida. ( Vou enfim, dormir).
É impossível ser feliz sozinho
25 de abril de 2011
Devaneio
Assinar:
Postar comentários (Atom)
profundo.
ResponderExcluirE as palavras sempre fazendo companhia às insônias...
ResponderExcluirMente peregrina
ResponderExcluirA noite passa tão devagar.
O cântico dos pássaros nunca esteve tão distante.
Pensamentos evasivos,
Passos a escutar, sonhos irreais.
Mas, outra vez,
Sem dormir!
A madrugada não passa,
O sol está longe.
O vento soprando
Transporta a saudade.
Mas outra vez,
Sem dormir!
As horas não avançam,
O galo não canta. Só o cachorro late.
Ouvido, nos pequenos ruídos.
Pisadas dos gatos, sentidas.
Mas, outra vez,
Sem dormir!
A alma viaja,
O quarto é um mundo.
Com os olhos fechados,
A mente é aberta.
Mas outra vez,
Sem dormir!
Procurando repouso,
O cérebro transita.
De olhos cerrados,
O corpo hiberna.
Mas outra vez,
Sem dormir!
A noite é um breu,
A cabeça um brilho.
O silencio incomoda,
A todo barulho atento.
Mas outra vez,
Sem dormir!
A noite passou, o dia chegou.
O galo cantou e o cachorro calou.
O sono chegou e o relógio chamou
Mas, outra vez,
Sem dormir!