É impossível ser feliz sozinho

22 de maio de 2011

Toc toc

Quando a saudade visita o peito, não é preciso que o lembrado esteja distante da possibilidade de estar perto. É necessário apenas que não esteja diante dos olhos no momento em que é saudado.

O corpo e os carinhos são constantes, a voz é ouvida diariamente, mas quando a falta atenta um coração, não é preciso ter havido ausência. Os dias parecem intermináveis, as minhas declarações são sofridas, são como cartas sem respostas. Se eu silenciar, talvez ouça alguma voz. Se eu deixar de implorar, talvez sinta o grito dos abraços que nesse instante se fazem saudade.

Sinto as lágrimas soluçantes que um coração traz, (eu sei) mas os olhos escondem. Em cada rosto há a sombra de um passado imutável. Lamento pelas partes de uma história em que eu não faço parte, pois gostaria de ter sido presente em toda a vida de um ser que nesse instante se faz saudade.

Estou diante da loucura, no centro de uma mão que talvez não me segure. E quando a saudade visita o peito, nada disso importa, eu só quero um ser. Ele e o seu silêncio....

13 de maio de 2011

Cresci! Não caibo mais na palma da mão de ninguém, escorreguei propositalmente pelos dedos, mas isso não quer dizer nada.
Há amores tão (e)ternos que não necessitam de rabiscos, nem  de construções: nasceram prontos, morrerão prontos. Não é preciso passar a limpo o belo texto do cotidiano. As linhas desta obra prima já estavam escritas  desde quando eu era apenas uma espera.

3 de maio de 2011

A.

E qual a graça de flutuar quando não se conhece a verdade? O chão, o duro chão é mesmo para ser pisado. A realidade cada vez mais me convence que moro no lugar certo. Eu gosto de um cheiro, de um nome, de alguém. Por quê? Isso eu não sei (agora entendo o não saber). Enterre das suas lembranças o alguém que andava de mãos dadas com ninguém, eu estou aqui. Por quê? isso eu também não sei.