É impossível ser feliz sozinho

25 de abril de 2011

Augusto Jr.

             As mãos quentes, os abraços sinceros, deram espaço a uma frieza: um corpo sem aquela alma que eu tanto amava...






Não cabe a nós o poder de julgar se este homem foi bom ou ruim, se pecou ou deixou de pecar. Assim como todos, ele foi amado e amou, sorriu e chorou... Ele não foi perfeito, e quem é?

Hipocrisia é uma palavra forte para julgar a dor daqueles que reconhecem os erros, mas sentem a dor de ter perdido um ser amado. E na mente humana passa coisas que nós sequer imaginamos, se eu pudesse dizer adeus, diria: Até nos seus erros você foi correto, pois é de nós, seres humanos errar.  Você ? um homem-menino, e os meus braços, mais jovens, sentiam-se velhos ao acolhê-lo, sentirei falta das madrugadas em que conversávamos, e lembrarei sempre que pude ser útil, e tive a honra de ser chamada de confidente. Minha mãe me disse, que você a mandava olhar pelo anjo que tinha em casa, e tão carinhosamente chamava-me ''de minha anja''. Ah, querido primo, hoje você se torna o meu anjo!



''Uma pessoa de origem simples, que soube dar a volta por cima, estudando e trabalhando duro. Carente de afeto, mas com um CORAÇÃO MAIOR que ele. Tanto, que o matou!



Não era perfeito. Mas, ninguém é... '' ( Gouveia Neto)



Amar é acima de tudo reconhecer. A origem era simples, é verdade, mas o ser era complexo, tanto que para uns, era um homem impecável (não só porque morreu), para outros, estava irreconhecível. Como eu disse no início, amar é reconhecer. Reconhecer os erros, os acertos, as verdades, mas acima de tudo enxergar um coração, um coração grande, ''tanto, que o matou!''



''Perdi um primo, um irmão, um amigo, um companheiro, perdi um eterno padrinho. Escrevo meus amigos, estas singelas palavras com lágrimas descendo em meu rosto, por que hoje descobri a dor que sente um órfão.’’ (Arlis Barros)



Os que julgam alguém que não pode mais defender-se, não sabem quem era o primo, o irmão, o companheiro que perdemos. Em pensar que a sua voz ainda é firme em meus ouvidos, em pensar que nunca mais terei o prazer de vê-lo, em pensar que era tão jovem, é uma dor indescritível. Gostava de café com muito açúcar; pães do dia anterior; ir à praia no escuro; era forte, um dos homens mais firmes que conheci, mas sabia ser doce como um menino; os olhos tristes eram confundidos, mal interpretados... Este foi o Júnior que conheci, este foi quem deixou vários órfãos, este é quem me fará falta. Voa ''pássaro de fogo''...

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