É impossível ser feliz sozinho

4 de março de 2011

Mensagem

Vagarosamente da escuridão fizeram-se as cores. E o que era um preenchimento de currículo, um estágio, talvez, virou um trabalho fixo. Leves sorrisos levam os meus dias. Hoje já foi amanhã, e o amanhã transforma-se em um hoje colorido. ‘’Vamos fazer um filme’’ com cenas na grama, com crianças correndo, com cheiros gostosos e com beijos arrepiantes? ...


Tu eras um proprietário descrente, dono de uma casa aparentemente sem conserto. ‘’E eu, que era neste mundo uma vencida, ergo a cabeça ao alto, encaro o sol’’, os lírios do jardim estão crescendo, eu os banho diariamente... Perceba, a água que restou no chão forma um arco-íris, Íris. Ganhei um teto, a mendiga virou deusa. Sou a menina dos olhos que trouxe a cor castanha aos seus, e mais sete cores aos seus dias. Flores, arcos, olhos... ‘’ Eu quero estar com você em uma torre que tenha espaço para vermos o sol, eu quero que sejas só minha. ’’ Dia após dia construímos essa torre:

- Provavelmente, quer que me sinta inebriado, drogado, enganado. Os deuses são astutos. Sinto-me cada vez mais preso em arcos e arcos a minha volta e, cada vez que vem trazer alguma mensagem, fico tonto de tanto olhar para as cores.

O meu medo fascinante tornou-se coragem. Você é de fato um livro gostoso de ler; uma torre a ser construída; uma casa aconchegante; um proprietário carinhoso; uma metáfora que me deixa sinestesicamente envolvida... A Íris aos poucos o ajudará a não ficar tonto. Esta é a mensagem da vez.

4 comentários:

  1. "Você é de fato um livro gostoso de ler"


    Correção: Vocês são uma história gostosa de ler.
    =D

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  2. O legal dos livros são os rascunhos, talvez por terem sempre muitas páginas em branco.

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  3. Íris, costumam dizer que no final do arco há um pote de ouro. Também costumam dizer que é impossível chegar ao final do arco. Se for impossível, por que falam que no final das cores há tal preciosidade? De onde surgiu tamanha fantasia? Somente quem esteve lá é quem pode ter afirmado isso!
    Mas que perguntas incoerentes! Como disse um querido poeta: “o mito é o nada que é tudo”. O fim do arco e o pote não existem e existem. Não existem, quando não temos luz ao redor; não existem, quando não há luminosidade suficiente para que possamos seguir as cores, simplesmente; não existem quando deixamos de acreditar em algo que nos faça seguir caminhando em frente e acreditando no brilho reluzente do tesouro que nos espera.
    Acredito, pois meu mito é Íris: deusa da anunciação, deusa das cores, detentora da luz. Nada mais do que a própria criadora do arco, nada mais do que o caminho para a felicidade que o pote traz. Meu mito transcende o próprio mito: pode libertar um prisioneiro de uma torre de marfim. Pode dar novos tons e matizes a um coração doente, pode reparar casas, pode construir torres com belas janelas de pôr-do-sol.
    O príncipe também acreditava nos fenômenos coloridos e luminosos do coração. Criara até o famoso diálogo entre um cético e um amante. Aquele recebeu a seguinte resposta sobre a indagação a respeito das estrelas falantes: “Amai para entendê-las/Pois só quem ama pode ter ouvido/Capaz de ouvir e de entender estrelas”. Pobre desacreditado, jamais ouvirá o que os astros teriam para dizê-lo, jamais entenderá a linguagem das coisas simples que fazem o coração também falar.
    Houve um tempo sem mito para mim, Íris. Não havia arcos, potes e estrelas. Hoje, sei o que há no pote de ouro: muitas folhas em branco aguardando pelas novas cores que nós iremos pintar. Esse é o meu tesouro e você o mostrou para mim. No final, só havia isso mesmo. Talvez, as pessoas se decepcionassem se tivessem a mesma oportunidade que tive. Tanta peleja e tanta curiosidade apenas para encontrar folhas em branco.
    Íris, por que deixou esse segredo tanto tempo escondido? Por que aguçou a pobre imaginação das pessoas? Por que não mostrou logo o verdadeiro ouro? Por que não indicou o caminho?
    Mais perguntas incoerentes! Enfim, no meu pote há folhas em branco, vamos pincelá-las, você é a deusa das cores, façamos uma linda aquarela e vejamos até onde nossa história pode ser bela.

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  4. Tá bom de começar logo o livro:
    A casa e o arco-íris!

    liiindos! ;D
    fico feliz por vocês!

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