É impossível ser feliz sozinho

31 de janeiro de 2011

A casa III

Janelas abertas, ‘’deixa o sol bater na cara’’, paredes claras que iluminam até as noites escuras. Nem era tão pequena como eu havia pensado, na verdade, é um bom investimento...



Pela manhã, jogo água nas rosas do jardim, converso com cada cômodo como quem cuida de um filho. Quando o sol se esconde, e a noite chega, convoco o sono com felicidade, pois sei que um novo dia virá. A cada momento que passa conheço-a melhor, sinto-me mais confortável. É bem verdade que ainda há algumas falhas, mas a minha boa vontade de consertar é maior. Ah, como eu queria passar um tempo nesta casa.





Declaração: Para você que tem as cores necessárias, embora diga o contrário. Não importa quem tem as cores desde que cada momento ao seu lado seja como um arco-íris; para você que não sabe falar dos sentimentos com a boca, mas com o olhar; para você que confunde os meus sentidos, o meu sentir e me deixa sinestesicamente envolvida; para você que tornou-se uma metáfora conhecida é que faço os meus textos apaixonados. Permaneça nos meus pensamentos felizes, e assim terei motivos para ‘’confessar, sem medo de mentir que em você, encontrei inspiração para escrever.’’

9 comentários:

  1. Virginia Wolf...sensacional...Esse texto lembra muito os escritos da escritora inglesa. Naiana a cada dia escrevendo para vida, o ser, existir...Exisntecial você!
    abraços...

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  2. Íris na casa sem preço

    “Era uma casa muito engraçada/ não tinha teto, não tinha nada/ ninguém podia entrar nela não/ Porque na casa não tinha chão”. O mais intrigante é que o dono nem queria vendê-la e nem queria reformá-la. Intrigante porque algumas boas propostas foram feitas, mesmo sabendo que a casa possuía sérios problemas...
    Certo dia, chegou uma pessoa cheia de cores perguntando como quem não quer nada se ela estava à venda:
    --- Quanto custa?
    --- Não tem preço, ninguém sabe quanto custa – respondeu o proprietário.
    --- Mas tudo tem um preço.
    A resposta a esta afirmação foi o silêncio. O tempo passou e a pessoa cheia de cores entrava escondida todas as noites na casa. Ela passou a explorar os cômodos e a primeira atitude que tomou foi a de pintá-los coloridamente, alegremente. O jardim ressuscitou e algumas Íris foram plantadas na entrada.
    O lugar aos poucos começou a ficar aconchegante, mas o impressionante é que o dono não reparava na mudança do ambiente. Primeiramente, ele não sentia o aroma das belas flores do jardim. Na sala de estar, não via que já pulsava vida naquele lugar arejado e amplo de felicidade. Os corredores não ligavam apenas cômodos, mas eram como veias agora, levavam a vida à própria vida. Enfim, tudo estava devidamente em seu lugar, mas a pessoa cheia de cores ainda não havia penetrado no porão: o âmago das reminiscências, o depósito das coisas que não queremos, mas que mesmo assim guardamos sem sabermos o motivo!
    O porão permanecia intacto, empoeirado e a detentora das cores se sentia mal ao chegar perto daquele lugar preso ao passado. Certo dia, o proprietário desatento desceu ao porão, acreditando que poderia encontrar alguma coisa ali que pudesse ajudá-lo, porém, o ar do local também lhe fez mal. Era a primeira vez que se deparava com aquela situação e, estranhamente, como numa epifania, vislumbrou que a casa toda estava diferente, colorida, nova, limpa, clara. Ele precisou respirar novamente o ar pesado para saber que a casa agora tinha uma nova atmosfera!
    Desesperado, ele ficou se perguntado quando tudo teria mudado. Quem teria feito a mudança? Abriu os olhos e resolveu se resguardar e, atentamente, viu que a noite iluminou-se quando a pessoa cheia de cores entrou sorrateiramente. Assustada, ele fez de novo a pergunta:

    --- Quanto custa?
    --- Não tem preço, ninguém sabe quanto custa – a resposta também foi a mesma.
    --- Ninguém sabe.’’ Um olhar, um sorriso, uma declaração secreta não têm preço. Deve ser por isso que ninguém sabe.
    --- Não tem preço, não está à venda porque ela é sua, eu dou para você!

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  3. Mais liindo ainda é a resposta! ;D

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  4. o rapaz, muita gente queria ver a vida como você. Aposto que muitas pessoas sentem inveza do seu estilo de vida.
    Abraço.
    Vittor Miranda.

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  5. o rapaz, muita gente queria ver a vida como você. Aposto que muitas pessoas sentem inveza do seu estilo de vida.
    Abraço.
    Vittor Miranda
    Renato Hugo

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