Alí, no escuro do quarto, no silêncio gritante, com o sono que a acordava, tudo parecia mais claro, ela finalmente pôde entender o dia...
Acordou cedo, assustada, parecia estar atrasada para algum evento importante, mas não, na verdade o seu dia estava completamente livre. Vestiu-se rapidamente, pôs a sua melhor roupa embora não soubesse sequer pra onde ir. Caminhou sem destino até chegar em uma praça próxima de sua casa, sentou-se em um banco de cimento e pôs-se a observar os pássaros, as árvores... o vento batia em sua face e enfim estavam sós, ela e o vento. Ninguém seria melhor companhia naquele momento, ele a acariciava, espalhava algumas lágimas que ousavam estar em seu rosto, ela não sabia o motivo das mesmas, mas quem se importa? Ela também não sabia o motivo da vida...
Voltou pra casa antes de escurecer, caminhou lentamente por cada cômodo que antecedia o seu quarto, a cama parecia um convite para abafar todas as suas angústias, medos e dores, ela não queria chegar lá. Eu a observei o dia inteiro, agora, lá estava ela, parada na sala, sem saber o que fazer. Eu a via andar de um lado para o outro, o tempo a via passar, mas ela não nos notava. Resolveu ir ao quarto, deitou-se e pôs-se a reflitir...
Alí, no escuro do quarto, no silêncio gritante, com o sono que a acordava, tudo parecia mais claro, ela finalmente pôde entender o dia. A pressa de viver a fez caminhar sem destino, até parar em bancos quebrados, onde não há conforto, onde não há estabilidade, lembrou-se de um certo rapaz de cimento... O vento estava alí, mas ela não o via, assim como muitos amigos, cujos braços a abraçavam, serviam de consolo. Ela não sabia o motivo de tais lembranças, mas quem se importa? Ela também não sabia o motivo da vida.
O tempo passava, tudo passava, eu a observava friamente, ela sequer me notava. Eu também não prestei tanta atenção assim, afinal, quase não me dei conta de que eu era ela...
Gostei, mesmo.
ResponderExcluirAcho que ás vezes me perco fora de mim (fora as inúmeras vezes dentro de mim mesmo).
Ás vezes, é preciso, se perder, para se encontrar.
Ou continuar procurando um algo mais...
beijos!
=]
ESPETACULAR!
ResponderExcluirCrise existencial profunda!
Bem ontológico, parece até inspirado na obra de Heideger!
Bem, deve-se, pois, aplaudir de pé este texto!
Parabéns Naiana, você escreve muito bem!
Bjoss! Te vejo pelos Bosques!
Parecem os relátos de brígida lobato!
ResponderExcluirgostei
[essa menina me mata de orgulho]